quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Crônica de um "nego véio".

CERTA FEITA, UM ÍNDIO FORTE COMO TOCO DE CHARUTO VELHO, SE BANDIOU PRUM VILAREJO. CHEGANDO LÁ, JÁ A FAZER-SE DE CANCHO RENGO, FOI PERGUNTANDO ONDE ERA A ZONA, E UM INDIVÍDUO QUE ERA MAS GROSSO COMO DEDO DESTRONCADO, LHE DISSE ONDE FICAVA.

O NEGO VÉIO, DE PITO ACESO, DEU UMA CHISPADA PRO CHINAREDO.
ESPARRAMADO COMO CASCO DE ÉGUA VELHA , PEDIU UM QUARTO E UMA CHINA.
A CHINA ERA LINDA COMO ESTAMPA DE LIVRO DE FIGURA E FINA COMO ASSOBIO DE PAPUDO. ENTÃO O BAGUAL, LOMBO DE SEM-VERGONHA, FEZ O SERVIÇO LERDO COMO MULA DE GUAXA. FEZ TUDO MAIS CADENCIADO QUE TROTE DE GANSO.
FROUXO COMO PEIDO EM BOMBACHA, PAGOU O SERVIÇO E SAIU MAIS FRIO QUE BARRIGA DE SAPO. A CHINA SAIU TASTAVIANDO, O NEGO VÉIO TIROU O CORPO FORA E TOMOU UM CHÁ DE SUMIÇO.

VICIADO QUE NEM CACHORRO OVELHEIRO, SAIU FEDENDO ATRÁS DE UM BOLICHO PRA LIDAR COM OS VIDROS.
COM A BARRIGA NO ESPINHAÇO, PEDIU UM PASTEL DE CARRERA E UM LISO.
À MEIA GUAMPA UM OUTRO ÍNDIO TOURO, DEU UM TIRO NO ESCURO, E DEU UMA CHAMADA NO NEGO VÉIO QUE TINHA MAIS LANHO QUE PICANHA DE REIÚNO E QUE NÃO ERA DE ENJEITAR PARADA.
DE NÃO AGÜENTAR CARONA, FOI PRA CIMA DO ÍNDIO TOURO. A LA BRUTA, O NEGO VÉIO SACOU UM OITÃO DA CINTURA E DISSE QUE AGUENTAVA QUALQUER TIRÃO E NÃO ERA DE ABRIR O CHAMBRE. DEU UM CHÁ DE GARFO NO ÍNDIO TOURO, E O DONO DO BOLICHO, QUE ERA DE FAREJAR CATINGA AGOURENTA, LARGOU O INDIO TOURO COM UM COURO NA COLA, PORQUE SABIA QUE O TROÇO IA SER MAIS FEIO QUE NEM BRIGA DE FOICE NO ESCURO E PEDIU PRO NEGO VÉIO LARGAR DE MÃO.

COM OLHO DE GATO LADRÃO, O ÍNDIO TOURO MUNTOU NO RUANO E, ATRAVESSADO DAS GUAMPAS, ENTREGOU AS FICHAS E TOCOU O PETIÇO COM ANDAR DE LOMBO DURO.
ENTÃO O NEGO VÉIO SUSPENDEU UM PILEQUE, PAGOU A CONTA, PASSOU O PITO EM TODO MUNDO DO BOLICHO E FOI SAIR DO FACHO, MAS TROCANDO ORELHA, PORQUE O NEGO VÉIO ERA VIRADO NO REBOLO.

A UMA SESMARIA DALI, QUASE PLANTOU FIGUEIRA. E QUANDO O VIVENTE ESTÁ COM AZAR, ATÉ NO CAGAR SE DESCADERA, RESOLVEU APEIAR NUM CAPÃO DE MATO E PARAR RODEIO NAS IDÉIAS.
DEPOIS DE PASSAR UMA NOITE DE CACHORRO, CORTADO DE ALÇA DE GAITA, PEGOU UM CAMINHO RETO COMO GOELA DE JOÃO GRANDE, E SE FOI ESTRADA AFORA COMO VIRA-BOSTA SEM NINHO, ATRÁS DE UMA INVERNADA, POIS LHE BATEU A PASSARINHA QUE TINHA LIDA DE CAMPO PRA ELE NAQUELAS BANDAS,
POIS NO SERVIÇO, ERA MAIS DIREITO COMO LISTRA DE PONCHO, E NÃO ERA DE DORMIR NAS PALHAS, NEM DE SENTAR NO CABRESTO, PRA NÃO EMBARRAR O PASTEL.

CONSEGUIU SERVIÇO NUMA ESTÂNCIA E FICOU MAIS FACEIRO COMO GANSO NOVO EM TAIPA DE AÇUDE.
ABICHORNADO COMO URUBU EM TRONQUEIRA, RECHEOU A GUAIACA E SE TAPOU DE BICHO DE VOLTA AO VILAREJO PRA VER A CHINA, QUE ERA MAIS VAZIA COMO PASTEL DE RODOVIÁRIA, E, DE NOVO GASTOU TODOS OS COBRES, ATÉ FICAR MAIS LISO QUE MUÇUM ENSABOADO.


FIM


Autor: Alessandro Alves
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